Wednesday, September 5, 2007

Masoquista... eu?!



E Jesus disse: " Se levares um estalo no focinho, dá a outra face". Vou ser sincero, nunca fui muito à bola com esta cena, mas cumpri o que o Senhor outrora tinha dito. Não o fiz de propósito, confesso, não foi bondade pensada, foi espontâneo. Mas o Senhor esqueceu-se de dizer o que fazer se nos derem uma chapada na outra face também! Damos o quê?. Deixemo-nos de espiritualidades e vamos lá pensar as coisas pela lógica... Quando alguém nos faz mal, nos magoa, o facto de darmos mais 20 oportunidades a essa pessoa é sinal de afecto, sinal de amizade, carinho, tentativa de compreensão, estupidez...sei lá! Essa pessoa torna a fazer merda, e magoa de novo, cada vez mais e cada vez mais gravemente, o facto de já não estarmos dispostos a dar mais uma única oportunidade é sinal de insensibilidade, frieza, impetuosidade, sensatez... sei lá! Olhamos para trás e vemos uma história que foi acontecendo, até acabar sem qualquer motivo aparente... só a necessidade de magoar... o que não é motivo, pelo menos para mim! Vendo as coisas pelo lado da psicologia até podia pensar " coitado, desde sempre se sentiu inferior, era um facto perfeitamente visivel nas suas acções, e por isso manchar a imagem dos outros era a forma de pintar a sua de uma maneira tão aceitável e admirável, mesmo quando se tratava da imagem dos seus verdadeiros amigos... digno de pena... até certo ponto". Mas as pessoas crescem juntas, desde a infância, entram na adolescencia (complicado), saem da idade do armário para a idade adulta, e quando olham para si mesmas vêm que a vida já fez das suas, já têm valores e ideais que as fazem ser quem são e ás vezes já não estão dispostas a dar nem uma... quanto mais as duas faces! Pode vir o Mundo dizer que estamos errados, mas quando dói, dói a nós e não ao Mundo, e neste caso o resto do Mundo deve servir para nos ajudar a levantar e não para nos dizer que estamos errados na nossa mágoa, que afinal nem deve haver grande razão para isso e que deve se esquecido, como se não tivesse importância quando dói tanto, como se os valores e ideais que a vida fez surgir em nós fossem futeis e não significassem nada quando representam tudo o que já vivemos, são uma construção da nossa pessoa e mudam conforme as experiências que passamos ou que nos fazem passar. Ás vezes somos acusados de pensar de mais... eu pelo menos sou...mas se parar de pensar fico na mesma, tenho vontade de ter a mesma atitude ou então de ter uma atitude mais irracional ou selvagem. De que vale fazer um esforço atrás de esforço atrás de esforço se não se tem vontade, se a razão já não existe, só porque até era conveniente ao convivio social? Quem está mal que se mude... sempre ouvi dizer... e eu não estou nada bem. Não preciso que me dêm razão, assim como também não preciso que me digam que não a tenho, ou que estou a agir mal para com alguém que já agiu pior para mim inúmeras vezes de uma forma bem mais hipócrita e por isso mesmo mais cruel. É caso para dizer que quem quer entende e aceita, quem não quer não entende... e mal ou bem tem de aceitar na mesma. Deixei de dar importância ás pessoas pelo numero de anos que passei na companhia delas e pela história que se fez, principalmente quando elas nem dos anos nem da história se lembram, e passo então a dar mais importância a quem me respeita, entende, aceita sabendo quem sou e como sou, ás pessoas para as quais posso ser transparente e sincero. Estou farto de ter que agir desta ou daquela maneira... estou farto de estar sempre preocupado para que os outros não se fodam quando os outros querem é que eu me foda. Eu sei que passo a imagem de quem não tem problemas, ou que os resolve num ápice, ja me o disseram muitas vezes e já o ouvi de muitas bocas diferentes, mas é mentira! O meu bom humor não é um espelho do meu estado de alma, é outra coisa... e chega a altura em que nos perdemos de nós próprios por não nos encontrarmos nos outros, naqueles em que era suposto... e...

já estou a escrever demais... aliás...acho que mostrei mais de mim só neste post que nos outros todos juntos, mas estava mesmo a precisar...God knows!

E não... não sou masoquista!

3 comments:

Maria José said...

E não, nada disto é sinal de masoquismo.
E também não, parar de pensar ou sentir não é solução. Nem tão pouco meio para atingir um fim simples: o bem-estar, seja com o eu seja com alguém.
E, definitivamente, não. Não precisas de falsos moralismos, palmadinhas nas costas ou críticas. Apenas de gente (ou por vezes a sua ausência) e do seu mais do que revelador... silêncio.

Mas sim, talvez este fosse o desabafo essencial no momento em que ganha vida. Dentro e fora de ti.

:)

Welcome back.

jumpman said...

Simplesmente o manifesto que muito boa gente devia ler.

:)

Idiota said...

Bem eu li...

E não sei por onde começar...

Porque é que tem de existir razão ou melhor porque é que tem de existir apenas uma razão... (tu tens a tua, a outra pessoa, a de si mesma). Se querem ser amigos têm de compreender quando a compreensão termina não há nada que valha a nada...
E eu que sou uma treta em relações humanas, pelo menos vivo a 95% de uma vida solitária o que posso dizer... nada...

My best compliments, my regards and I wish you all the best.